sábado, 18 de dezembro de 2010

Missing cap 6

 Bryan


Cheguei tarde em casa, depois de um longo dia no trabalho. Eu me sentia tão exausto, tão esgotado, era como se  todas as minhas forças ainda estivessem naquela cidade, com ela. Cada dia, cada minuto que passava longe dela me deixava mais fraco e fazia com que o desejo de tê-la aumentasse, era como uma droga e eu estava completamente viciado.
Falei rapidamente com meu tio e meu primo que estavam na sala, passei no quarto da minha tia e avisei-a que havia chegado. Ela perguntou se eu estava bem, dei um sorriso torto e balancei a cabeça para os lados. Eu podia mentir para qualquer um, menos para ela. Ela era como uma mãe para mim, me conhecia bom demais para ser enganada, além de não merecer isso.
- Vá tomar um banho, querido, conversamos depois – ela disse com uma voz doce. Dei outro sorriso torto e fui para o meu quarto.
Entrei e fechei a porta, coloquei minha pasta na cama. Comecei a abrir lentamente os botões da minha camisa, deixando meu peito à mostra, eu devia ser a única pessoa que conseguia morar numa cidade praiana e mesmo assim continuar extremamente branco. Dei uma risada, esse era geralmente o tipo de coisa que Annabele me dizia toda vez que conversavamos por video. Segui para o banheiro, entrei no box e deixei que a água morna do chuveiro caísse sobre o meu corpo nu. Fiquei um bom tempo lá parado, sentindo o calor da água fazer meu corpo relaxar até que finalmente desliguei o chuveiro e sai enrolado na toalha. Me troquei e voltei para o quarto. Liguei o computador e lá estava a foto dela, da minha droga, toquei levemente a tela do computador, desejando poder tocá-la de verdade naquele momento, inconsientemente, parei meus dedos em sua boca...
- Bryan? Posso entrar? – minha tia perguntou baixinho parada na soleira da porta.
- Claro, tia – respondi girando a cadeira na direção da porta.
Ela entrou e se sentou na cama, fazendo sinal para que me senta-se junto dela.
- O que há de errado com você, Bryan? Vive com um olhar triste, perdido, como se faltasse algo... – ela disse, logo depois que me sentei e continuou – quando estamos na rua, olha para todas as meninas como se procurasse algo, ou melhor, alguém nelas. É  por causa da Annabele?
Não consegui responder, as lágrimas começaram a escorrer sem controle pela minha face, me senti como uma criança assustada que acaba de acordar de um pesadelo, a única diferença era que pra mim o pesadelo era justamente a realidade. Ela me abraçou suavemente e me deitou em seu colo, nesse instante lembrei das tardes na varanda da Annabele quando ela fazia exatamente igual ao ver que estava triste, isso vez com que mais lágrimas saíssem dos meus olhos.
- Eu sinto tanta falta dela, tia – comecei a responder entre soluços – parece que falta uma parte de mim e doí tanto, parece que estou morrendo.
- Cada dia me sinto mais fraco, sinto falta do sorriso dela, do jeito de falar, de me abraçar – continuei falando enquanto ela acariciava meus cabelos negros.
- Tudo vai ficar bem, meu querido – ela sussurou docemente – mas você precisa ser forte, por você e por ela.
- Eu tento, mas é tão difícil não tê-la aqui, não poder abraçá-la, protege-la – as lágrimas continuavam a molhar o meu rosto branco – eu posso procurar, posso ficar com tantas meninas quanto possível, mas nenhuma consegue suprir essa falta, porque, no fim do dia, quando eu tô sozinho nesse quarto, é nela que eu penso, é ela que eu desejo que estivesse nessa cama comigo, nos meus braços.
Ficamos mais um bom tempo ali, ela passando as mãos pelos meus cabelos e as lágrimas aos poucos foram secando. Meu primo bateu na porta, avisando que o jantar estava pronto. Levantei e fiquei novamente sentado na cama, minha tia se levantou, encostou levemente os lábios em minha testa e me mandou ir lavar o rosto, virou e seguiu para a cozinha, meu primo seguiu-a. Permaneci mais alguns minutos sentado, pensando em Annabele e então finalmente reuni forças para levantar.

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