terça-feira, 16 de agosto de 2011

Música da Morte

A música da Morte, a nebulosa,
estranha, imensa música sombria,
passa a tremer pela minh'alma e fria
gela, fica a tremer, maravilhosa...

Onda nervosa e atroz, onda nervosa,
letes sinistro e torvo da agonia,

recresce a lancinante sinfonia
sobe, numa volúpia dolorosa...


Sobe, recresce, tumultuando e amarga,
tremenda, absurda, imponderada e larga,
de pavores e trevas alucina...


E alucinando e em trevas delirando,
como um ópio letal, vertiginando,
os meus nervos, letárgica, fascina...
(Música da Morte - Cruz e Souza) 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Lua





Clâmides frescas, de brancuras frias,
Finíssimas dalmáticas de neve
Vestem as longas arvores sombrias,
Surgindo a Lua nebulosa e leve...



Névoas e névoas frígidas ondulam...
Alagam lácteos e fulgentes rios
Que na enluarada refração tremulam
Dentre fosforescências, calafrios...



E ondulam névoas, cetinosas rendas
De virginais, de prônubas alvuras...
Vagam baladas e visões e lendas
No flórido noivado das Alturas...



E fria, fluente, frouxa claridade
Flutua como as brumas de um letargo...
E erra no espaço, em toda a imensidade,
Um sonho doente, cilicioso, amargo...



Da vastidão dos páramos serenos,
Das siderais abóbadas cerúleas
Cai a luz em antífonas, em trenos,
Em misticismos, orações e dúlias...



E entre os marfins e as pratas diluídas
Dos lânguidos clarões tristes e enfermos,
Com grinaldas de roxas margaridas
Vagam as Virgens de cismares ermos...



Cabelos torrenciais e dolorosos
Bóiam nas ondas dos etéreos gelos.
E os corpos passam níveos, luminosos,
Nas ondas do luar e dos cabelos...



Vagam sombras gentis de mortas, vagam
Em grandes procissões, em grandes alas,
Dentre as auréolas, os clarões que alagam,
Opulências de pérolas e opalas



E a Lua vai clorótica fulgindo
Nos seus alperces etereais e brancos,
A luz gelada e pálida diluindo
Das serranias pelos largos flancos...



Ó Lua das magnólias e dos lírios!
Geleira sideral entre as geleiras!
Tens a tristeza mórbida dos círios
E a lividez da chama das poncheiras!



Quando ressurges, quando brilhas e amas,
Quando de luzes a amplidão constelas,
Com os fulgores glaciais que tu derramas
Das febre e frio, dás nevrose, gelas...



A tua dor cristalizou-se outrora
Na dor profunda mais dilacerada
E das cores estranhas, ó Astro, agora,
És a suprema Dor cristalizada!..

(Lua - Cruz e Souza)

domingo, 3 de abril de 2011

Refúgio


A noite nos  envolve
Sem pecados, sem culpa…
O amanhã já não existe
Não importa.

Minha voz, sussurro na escuridão
Seus lábios tocam os meus,
Me calam…
Me fazem esquecer…
Somos só nós dois esta noite.

Suas mãos percorrem meu corpo…
Como me conhecem tão bem?
Se envolvem na minha cintura
Me puxam pra você.

Seu corpo me aquece.
Nossos corações batem juntos…
O único som que podemos ouvir.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Missing cap 11

 Mark


Quando o pessoal voltou, xinguei todos os palavrões que conhecia. Por  que eles sempre estragavam a melhor parte?! Percebi que minha irmã mais nova sussurrou algo no ouvido de Jullie rindo, levou um belo tapa como resposta.
- Então, gente, sem ser esse sábado, o outro, temos um aniversário pra comemorar... – ouvir Gui falar sem prestar muita atenção.
- Bem, meus pais estarão fora da cidade, podemos fazer algo lá em casa – agora era a voz de Greg que eu ouvia enquanto dedilhava as cordas no violão aleatoriamente  - O que você acha, Mark?
- Mark!?! – Annabele quase gritou dentro do meu ouvido e balancou meu braço – a gente tá falando do SEU aniversário.
- Ahh sim, foi mal – eu realmente não tinha me ligado que era disso que eles falavam. Forcei meu cérebro a prestar atenção, ou Anna me deixaria surdo.
- Então, festinha na casa do Greg?! – Grazy já estava animada só pela possibilidade de uma festa.
- Vocês podem, por favor, ao menos tentar fazer algo simples?! – implorei olhando para minhas duas irmãs.
- NÃO!! – se tivessem ensaiado, suas vozes não teriam saído tão perfeitamente juntas.
- É o seu aniversário de 18 anos, maninho – o jeito que Annabele falava fazia como se parecessem tão óbvias suas intenções...
- Cara, mas eu sou um homem! – já via ela tirar um caderno da mochila de Guilherme.
- Você tem certeza?!?! – ironizou Greg.
- Vai pra...
- Ei, tem criança no recinto! – Grazy disse rindo e apontando para Jullie que parecia estar em outro planeta.
- Essa ai tá pior que o Mark – Annabele riu abrindo o caderno – mas, enfim...
Quando a minha tortura estava a ponto de começar, o sinal de término do intervalo tocou.
- Nunca amei tanto esse sinal – ri já levantando, podia ouvir Annabele reclamar enquanto devolvia o caderno para Gui que levantava e vinha com Greg na minha direção, deixando as meninas para trás.
- Você sabe que elas não vão desistir tão fácil assim, né? – meu melhor amigo falou ao  chegar do meu lado.
- Sim – dei um sorriso torto – mas, pelo menos, me salva por mais  4 horas...
- Espero é que elas gastem todas as ideias loucas no teu niver, cunhadinho, e deixem o meu em paz – Gui falou rindo e subindo as escadas. As meninas continuavam no banco.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Missing cap 10


Mark acompanhou eu e Anna até a sala e depois seguiu para a sua, minha amiga aproveitou que não havia quase ninguém na sala  para começar um assunto que eu achei muito desconfortável.
- Jullie, o que você acha  do Mark? – ela perguntou assim que nos sentamos, pegando-me de surpresa.
- Ah... ele é legal, inteligente... – comecei a responder enquanto ela sorria – por quê?
- Nada não, é só que eu andei pensando... – cada palavra que ela pronunciava me dava mais medo e eu acabei deixando um lápis cair, abaixei para pegá-lo – vocês formariam um bom casal...
- É o que, Annabele? – exclamei quase caindo ao tentar me sentar – você tá louca?!
- Qual foi, Jul?! Você acha que eu sou idiota – ela disse levantando uma sombrancelha e me olhando incrédula – eu e a Grazy percebemos as trocas de  olhares entre vocês...
- Não sei que troca de olhar, não tem troca de olhar nenhuma, vocês estão loucas... – eu poderia ter  sido mais convincente se minha voz não tremesse tanto devido ao nervosismo.
- Aham, tô louca sim, sei... – ela riu e debochou, virando para frente e começando a copiar a matéria. Isso me daria algum tempo para me acalmar.
Quando o sinal do intervalo tocou, eu realmente esperava que ela tivesse esquecido o assunto, mas minhas esperanças se foram logo que fechamos os cadernos.
- E então, vai me falar a verdade ou vai continuar tentando se fazer de desentendida... – ela disse virando para trás, enquanto os outros saiam da sala – por sinal, você é PÉSSIMA nisso...
- Vai se... – não terminei a frase, pois vi que Mark e um menino alto e magro de cabelos  longos e negros, era o Greg, esperavam-nos na porta. Ao vê-los deixei escapar um pensamento alto demais... – nunca gostei tanto de ver esses meninos...
- Como?! – Annabele não tinha visto a  dupla parada até eu apontar – eles não podiam ter esperado mais 5 minutos para aparecer?!?!
- Vamos logo – levantei rindo da cara de decepção dela.
- Oi Jullie – Greg me cumprimentou quando nós nos aproximamos, eu ainda ria bastante da cara da Annabele.
- Oi Greg, tudo bom? – dei um beijo no rosto dele e passei por ele e Mark, que carregava um violão.
- Oi Anna – Greg a abraçou e deu-lhe um beijo na testa.
Quando chegamos no pátio, Guilherme e Grazielle já nos esperavam no banco de sempre, por mais normal que aquilo fosse, eu sentia uma sensação estranha. Greg e minha melhor amiga peste sentaram ao lado do casal deixando apenas um espaço que faria com que eu e Mark ficassemos extremamente próximos.
- Então, cunhadinho, o que vai tocar pra gente?! – Guilherme falou assim que nos sentamos.
- Ele vai tocar Wherever you will go da The Calling – Anna respondeu olhando para mim e rindo. Eu simplesmente amava aquela música. Grazielle também ria, já havia entendido o plano da irmã.
Assim que Mark começou a tocar e cantar foi como se o mundo inteiro deixasse de existir, ele cantava olhando diretamente nos meus olhos e eu, de acordo com Annabele, só faltava babar.
- Vamos na cantina, Greg?! – a voz de Anna quebrou o encanto logo depois da música acabar.
- Bora, pow – o melhor amigo de Mark  respondeu já pulando do banco e abraçando-a. Não sei explicar o porque, mas sentia uma energia quando esses dois estavam juntos.
- Toca a Save me dos Hansons, Mark? – Grazy pediu, porém, antes que ele tocasse a primeira nota da música, virou para Guilherme piscando – Vamos na cantina também, amor?
- Tá, vamos – levantou, ficando de mãos dadas com Grazy.
- Mas... – Mark começou a protestar, mas então virou para mim sorrindo e começou a tocar.
 * Anna’s part on...
Enquanto meu irmão tocava para Jullie, eu observavade longe acompanhada de Grazy, Gui e Greg.
- Eles ficam tão fofos juntos... – minha voz saiu com um tom triste sem eu perceber.
- Você ainda sente muita falta dele, não é? – Greg perguntou baixinho enquanto passava seu braço ao redor de mim e me puxava pra junto dele. Não respondi, apenas o abracei e continuei a observar o casal.
- Olha, eu não queria ter melhores amigos como vocês dois... – Gui disse para mim e Greg, rindo e parando ao meu lado.
- Bobão – respondi rindo e soltando Greg, que manteve um de seus braços ao redor da minha cintura – você ia amar ter nós dois como melhores amigos.
- A gente ta fazendo o que é melhor pros dois, Guilherme – Grazy respondeu.
- Isso aí, mana! – ri para Grazy – acho melhor a gente voltar, a música já deve estar quase no fim... *
Quando terminou de tocar, Mark aproximou-se ainda mais de mim, parando seu rosto a poucos centímetros do meu, seu hálito fresco de menta me rodeou quando ele falou.
- O que achou? – ele sorria ao falar.
- Você toca muito bem – me forçava a manter minha mente clara o suficiente para responder – foi lindo...
- Não acha que mereço uma recompensa?! – ele perguntou rindo, me fazendo arquear uma sombrancelha.
- Merece... – disse rindo e dando um beijo na bochecha dele, fazendo-o rir.
- Que lindo!! – as vozes de Anna e Grazy fizeram-nos voltar a realidade.
Os meninos sentaram e quanto Anna falou de novo já estava sentada ao meu lado.
- Depois eu sou louca, né?! – sussurrou no meu ouvido rindo.
- Babaca – respondi dando um tapa no ombro dela.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Missing cap 9

 Annabele

- Crianças, venham tomar café – ouvi minha mãe gritar do pé da escada enquanto terminava de me arrumar no banheiro. Demorei mais alguns minutos até terminar a maquiagem e descer, meus irmãos já estavam sentados à mesa junto com meus pais.
- Bom dia – disse olhando somente para Mark e Grazielle que responderam em uma só voz.
- Até quando você vai se recusar a falar comigo e com sua mãe, Annabele? – meu pai perguntou com uma voz séria.
- Até que... – comecei a responder  me sentando ao lado de Mark que tampou minha boca com uma das mãos.
- Não vale a pena – sussurou no meu ouvido.
Tomamos café em silêncio como faziamos todos os dias, meus pais foram trabalhar e nós trés terminamos de arrumar as coisas  pra escola.
- Mark, leva o violão pra escola? – pedi com um sorriso sapeca no rosto
- Tá bem, mas o meu tá sem uma corda. Posso pegar o seu? – ele respondeu tentado decifrar minha expressão.
- Claro, pega lá no quarto – respondi ainda com o mesmo sorriso sapeca.
- No que você está pensando, Annabele? – minha irmã perguntou baixinho no meu ouvindo
- Nada demais – respondi piscando pra ela.
- Se você diz – ela deu de ombros.
Entramos todos no carro de Grazielle e seguimos para a escola. Era muito bom ter uma irmã de 18 anos  e que ainda estudava na mesmo lugar que eu. Descemos do carro e Jullie estava no portão conversando com alguns meninos da minha sala e sorriu ao nos ver chegar, seus olhos foram direto para Mark, o que já havia se tornado habitual nesses 15 dias. Os olhos de meu irmão por sua vez, percorreram todo o corpo de Jullie e pararam olhando fundo nos olhos da mesma.
- Oi meninos, oi amiga – cumprimentei dando um beijo no rosto de Jullie que fez o mesmo.
- Oi – Mark disse sorrindo quando chegou ao meu lado com o violão. Jullie apenas sorriu timidamente para ele.
- Oi, gente – Guilherme, o namorado de Grazielle, falou vindo de dentro do colégio.
- Oi, cunhadinho – fiquei na ponta do pé e dei-lhe um beijo no rosto, ele, por sua vez, me abraçou e deu-me um beijo na testa.
- Oi, amor – Grazy disse sorrindo e o abraçando por trás, mordendo de leve a pontinha de sua orelha.
- Oi, minha linda – ele respondeu sorrindo e a virando de frente para ele, apertando-a fortemente contra o seu corpo e beijando-lhe o pescoço.
Entramos os cinco juntos na escola, eu, Jullie e Mark na frente, Grazy e Gui um pouquinho mais para trás. Guilherme era um menino lindo, tinha olhos azuis e cabelos loiros cortados e espetados, seu corpo era queimados pelo sol e muito bem definido, a barba hoje estava por fazer. Ele já era um homem, faria 19 anos em dois meses, mas às vezes eu olhava pra ele e via um menino doce, outras vezes, via um homem maduro, forte e pronto pra defender minha irmã de tudo. Eu sentia uma certa inveja dela... Meu relacionamento com Gui era ótimo, muito diferente do meu relacionamento com a Paulo, ex do Mark, mas parecia que não teria mais que me preocupar com as namoradas do meu irmãozinho.


ps: Eu @ninalok22 postando atrasado de novo pq sou uma pessoa muito pontual kkk'

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Wherever you will go - The Calling

Missing cap 8

 Mark

Já tinham se passado quase uma semana desde que o dia no patio e eu não conseguia tirar aquela menininha da minha cabeça. Era estranho porque já faziam quatro meses que ela estudava com a minha irmã e dois meses que frequentava minha casa quase todas as semanas. Eu a via passar todos os dias pela escola junto com a Anna e por que parecia que só agora eu realmente tinha enxergado-a? Era tão linda. Talvez a causa fosse meu namoro com a Paula que me mantinha preso e afastado da minha irmã na escola, mas agora que tinhamos terminado...
Resolvi levantar da cama e pegar um copo de leite, quem sabe isso me fizesse pegar no sono. Assim que saí do quarto ouvi risinhos vindo da varanda, minhas irmãs conversando?! Isso não era uma cena muito comum esses últimos meses. Fiquei feliz por ver. Esperei elas sairem da varanda e iram para seus respectivos  quartos, a conversa devia ser muito interessante, pois nenhuma das duas notou minha presença no corredor, segui pra cozinha, peguei o leite e voltei pro meu quarto.
- Mark... – ouvi Anna me chamar baixinho – ainda está acordado?
- Tô sim, meu anjo – disse sentando na cama e sorrindo para ela que estava parada na porta – pode entrar.
- Não tô conseguindo dormir – ela disse sentando na cama de frente pra mim.
- Quer conversar? – olhei para ela rindo e segurei suas mãos nas minhas, ela apenas balançou a cabeça em sinal de afirmação – Sobre ele?
Esperava uma afirmação, já que parecia que esse era o único assunto dentro da mente dela, porém recebi um gesto negativo dela, o que me causou uma surpresa muito grande que transpareceu na minha expressão, fazendo ela fechar a cara.
- Por que vocês acham que eu só penso nele? – ela disse brava.
- Porque é isso que acontece, talvez? – perguntei rindo para ela.
- Vai pra merda, Mark – ela respondeu contendo o riso para parecer brava.
- Sobre o que quer falar, minha estressadinha – disse puxando ela e abraçando-a
- Sobre você, sobre você e a Jullie pra ser mais exata. – ela disse enquanto se livrava do meu abraço e olhava nos meus olhos
- O que tem  eu e a Jullie? –perguntei desviando o rosto para não ter que olhar em seus olhos.
- Para de bancar o desentendido, Mark! – ela disse virando meu rosto para si novamente – Você sente algo pela Jullie?
Abri a boca para responder, mas antes que pudesse inventar qualquer desculpa, ela me  interrompeu.
- Não mente pra mim.
- Tudo bem, tudo bem – tentei achar as melhores palavras pra definir – eu não sei o que sinto por ela, mas desde aquele dia no patio, sua amiga não saiu mais da minha cabeça. Mas como você descobriu?
- Fala sério, né? Até a Grazielle percebeu os olhares de vocês dois – ela disse soltando uma gargalhada.
- Nossa, tá muito na cara mesmo, né? Pra Grazy reparar – dei um sorriso torto pra ela.
Ela bocejou e deitou no meu colo, resolvi não forçá-la a ir pro seu quarto e deixei-lhe adormecer enquanto acariciava seus cachos. Esperei seu sono se tornar profundo, levantei e a peguei no colo, levando-a para seu quarto. Coloquei-a na cama e puxei o edredom sobre seu corpo branco.
- Eu te amo muito, minha maninha chata – sussurrei dando-lhe um beijo na testa.
Saí do quarto sem fazer barulho e fui para o meu tentar dormir, demorou apenas algum minutos até eu finalmente pegar no sono.


ps: post um pouco atrasado devido a um pequeno problema [/burrice] minha =D by: Marina =D

sábado, 25 de dezembro de 2010

Missing cap 7

Graziella


Já era tarde da noite quando ouvi um chorinho baixo vindo da varanda do segundo andar, já conhecia aquele choro. Levantei da minha cama e fui andando até lá. Encontrei a cena que esperava. Annabele estava sentada no chão próxima sacada, com as pernas balançando pelo lado de fora, olhava pra Lua enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto branco. Ela estava tão absorva em seus pensamentos que nem me viu chegar. Sentei ao seu lado devagar...
- Você tá bem, Anna?
- Você quer me matar de susto ou o que? – ela disse dando um pulo – e por um acaso eu pareço bem?!? – continuou rispidamente.
Olhei pra ela e antes que pudesse pensar em qualquer resposta, sua expressão mudou de rispida para frágil novamente.
- Me desculpe – ela sussurrou com os olhos cheios d’água.
- Não tem problema... vem cá, vem, maninha – eu disse baixinho enquanto a abraçava – tudo vai ficar bem no final, confie nele.
- Eu confio, mas tá se tornando cada vez mais difícil ficar longe dele – ela choramingou deitando no meu colo – e agora, ele ainda sumiu da internet.
- Bele, já pensou que isso também está sendo difícil pra  ele? Já pensou que ele tenha se afastado pra tentar tornar isso mais  fácil pra vocês dois?
- Olha, se essa era a ideia dele, pode entrar como mais uma da lista de ideias idiotas que ele teve esses anos todos – ela respondeu rindo, isso me pegou de surpresa e eu fiquei com cara de  “hã?” e depois ri junto.
Era verdade, por mais que gostasse do meu futuro cunhado, ele vivia tendo ideias bestas. Resolvi aproveitar o bom humor dela para dar um pequena mudada no assunto.
- Annabele, você percebeu os olhares do Mark pra Jullie e vice-versa essa última semana?
- Eu pensei que fosse coisa da minha cabeça!! – ela exclamou já se sentando novamente, mas dessa vez, virada pra mim.
- Sei lá, tô reparando nisso desde aquele dia lá no pátio – disse rindo.
- Essa história vai dar um rolo... – ela disse rindo também.
- Acha que ele tem chance?
- Não sei, sinceramente, não sei.
Rimos mais um pouco do Mark e levantamos, indo cada uma para seu respectivo quarto.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Amor Proibido - personagens

Andrian: uma menina de 19 anos, cabelos loiros até o meio das costas, mas que estavam constantemente presos em tranças ou um cabo de cavalo alto. Tinha um corpo muito bem treinado e definido, graças à seu treinamento diário na academia de Karatê que ela comandava desde o ano passado. Não se dava nada bem com as meninas em geral, já que tinha sido criada somente com meninos. Seu jeito agressivo e fechado fazia com que ela fosse odiada por todas as meninas da faculdade, principalmente por ser a única menina no meio dos meninos do Skulls, era chamada por elas de “puta dos lutadores”.
 Ben (Benjamin): irmão mais velho de Andrian, era o mestre da academia e chefe dos Skulls, posto que também deixou para sua irmã após morrer num acidente de carro no verão passado. Costumava ser o porto seguro de Andrian nos momentos de crise.
Bruce: tinha 22 anos e era o melhor amigo de Ben desde criança, e agora, o maior apoio de Andrian. Era um homem lindo, olhos cor de mel, cabelo castanho cortados curtos. Seu corpo era tão bem treinados quanto o  de Andrian, e sua pele era dourada pelo sol. Ele dirigia o carro quando Ben morreu e ainda de sente muito culpado, a forma que encontrou para amenizar sua culpa foi ajudar Andrian a comandar a academia e  os Skulls.
Skulls: grupo formado por cinco meninos: Bruce, Adam, Omar, Chris e Leo e uma única menina: Andrian, que tinha assumido o controle desde que eles perderam seu líder: Benjamin. Eram os melhores lutadores da academia de Ben. Não criavam laços com ninguém que não fosse do grupo, o que os faziam ser mal vistos na faculdade, muitas vezes comparados a Skin Heads. Ben tinha um motivo muito forte para, por meio de uma carta deixada com Bruce, colocar o controle nas mãos de Andrian, além dela ser a pessoa que ele mais confiava no mundo, era a melhor lutadora que o grupo tinha e já havia vencido todos os meninos inúmeras vezes.
Adam: tinha 21 anos, o que fazia dele o mais velho depois de Bruce e Ben, como ele sabia que Bruce não assumiria o posto de Ben, esperava assumir o controle dos Skulls. Apesar de não concordar com a escolha, respeitava a decisão de seu mestre.
Omar: irmão gêmeo de Adam, não tinha nenhuma vontade de se tornar mestre do grupo, era um menino calma e atento a tudo que acontecia a sua volta. Quando estava lutando, demonstrava uma força muito maior do que esperaria de um menino como ele. Era alto, seu corpo era definido, mas não muito musculoso, tinha o cabelo negro e os olhos também, porém os últimos tinham um brilho encantador, Andrian costumava falar que era apenas por isso que ela conseguia distinguir os dois irmãos.
Chris: era apenas um ano mais velho que Andrian, os dois realmente não se davam bem, viviam brigando e provocando-se mutuamente. Não era tão mais alto que ela e era muito forte, porém sempre era vencido por seu jeito explosivo e impulsivo que tornava-o muito previsível nas lutas. Sempre que Ben e Bruce queriam irritar Andrian, usavam Chris para isto, falando que os dois acabariam juntos.
Leo: era o único dos meninos que era mais novo que Andrian, tinha acabado de fazer 18 anos e estava no segundo período de História na mesma turma de sua nova mestra que costumava o chamar de “menino prodígio” por sua inteligência aguçada que tinha feito com que conseguisse entrar para a faculdade aos 17 anos, ou então, o chamava de “chaveirinho”, pois, além de ser o único dos meninos que era mais novo que ela, também era alguns centímetros mais baixo. A verdade era que Andrian tinha um grande carinho por ele,o que fazia com que ela fosse muito mais severa nos treinamentos com ele do que com qualquer um dos outros meninos.
Zohar: tinha 18 e era a menina mais popular da faculdade, todos os meninos desejavam-na, exceto os Skulls. Era magra e loira, era linda e mesmo assim, morria de  inveja de  Andrian. O único menino que realmente desejava era Leo e não suportava vê-lo todos os dias grudado em Andrian. Também odiava o fato de Andrian ser a única menina de toda a faculdade que não dividia  o quarto com ninguém.
Emma: colega de quarto e melhor amiga de Zohar, era louca por Bruce e odiava a proximidade dele com Andrian. Fazia jornalismo e estava no segundo período, assim como Zohar e Andrian.
Thayla: menina doce que acabou de passar para a faculdade e cursaria engenharia ambiental. Vinha de uma cidade pequena do interior e tinha sido uma grande conquista passar para aquela faculdade.Quando sua carta de admissão chegou, as aulas daquele período já haviam começado e ela estava tão feliz que nem ao menos se incomodou com o fato de iria dividir o quarto com a menina mais odiada e perversa da escola, pelo menos, era isso que sua prima, Zohar, tinha dito à ela.
Instituto Farkash de Educação Superior: faculdade mais tradicional e conceituada do estado  ou até do país. Somente os melhores alunos eram aceitos e tinham todas as suas despesas pagas pela instituição pelo período que durassem seus cursos. Tinh muito orgulho dos títulos conquistados pela academia de Benjamin. Seu campus ficava numa área deserta do estado, cercada por uma floresta calma e linda, a poucos metros dele havia uma cidade pacífica e conservadora.
Academia de Ben: apesar de ser ligada a Farkash, ficava do lado de fora do campus da mesma, na estrada que dava para a cidade. Treinava os alunos da faculdade que competiam nos torneios e também crianças e adolescente da cidadezinha. Seus melhores lutadores nos torneios e instrutores das turmas mais novas eram os Skulls. Agora, seu controle estava nas mãos de Andrian e Bruce, apesar da primeira quase sempre tomar a decisão final.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Save me - Hanson

domingo, 19 de dezembro de 2010

Lara Fabian - Love by grace

sábado, 18 de dezembro de 2010

Missing cap 6

 Bryan


Cheguei tarde em casa, depois de um longo dia no trabalho. Eu me sentia tão exausto, tão esgotado, era como se  todas as minhas forças ainda estivessem naquela cidade, com ela. Cada dia, cada minuto que passava longe dela me deixava mais fraco e fazia com que o desejo de tê-la aumentasse, era como uma droga e eu estava completamente viciado.
Falei rapidamente com meu tio e meu primo que estavam na sala, passei no quarto da minha tia e avisei-a que havia chegado. Ela perguntou se eu estava bem, dei um sorriso torto e balancei a cabeça para os lados. Eu podia mentir para qualquer um, menos para ela. Ela era como uma mãe para mim, me conhecia bom demais para ser enganada, além de não merecer isso.
- Vá tomar um banho, querido, conversamos depois – ela disse com uma voz doce. Dei outro sorriso torto e fui para o meu quarto.
Entrei e fechei a porta, coloquei minha pasta na cama. Comecei a abrir lentamente os botões da minha camisa, deixando meu peito à mostra, eu devia ser a única pessoa que conseguia morar numa cidade praiana e mesmo assim continuar extremamente branco. Dei uma risada, esse era geralmente o tipo de coisa que Annabele me dizia toda vez que conversavamos por video. Segui para o banheiro, entrei no box e deixei que a água morna do chuveiro caísse sobre o meu corpo nu. Fiquei um bom tempo lá parado, sentindo o calor da água fazer meu corpo relaxar até que finalmente desliguei o chuveiro e sai enrolado na toalha. Me troquei e voltei para o quarto. Liguei o computador e lá estava a foto dela, da minha droga, toquei levemente a tela do computador, desejando poder tocá-la de verdade naquele momento, inconsientemente, parei meus dedos em sua boca...
- Bryan? Posso entrar? – minha tia perguntou baixinho parada na soleira da porta.
- Claro, tia – respondi girando a cadeira na direção da porta.
Ela entrou e se sentou na cama, fazendo sinal para que me senta-se junto dela.
- O que há de errado com você, Bryan? Vive com um olhar triste, perdido, como se faltasse algo... – ela disse, logo depois que me sentei e continuou – quando estamos na rua, olha para todas as meninas como se procurasse algo, ou melhor, alguém nelas. É  por causa da Annabele?
Não consegui responder, as lágrimas começaram a escorrer sem controle pela minha face, me senti como uma criança assustada que acaba de acordar de um pesadelo, a única diferença era que pra mim o pesadelo era justamente a realidade. Ela me abraçou suavemente e me deitou em seu colo, nesse instante lembrei das tardes na varanda da Annabele quando ela fazia exatamente igual ao ver que estava triste, isso vez com que mais lágrimas saíssem dos meus olhos.
- Eu sinto tanta falta dela, tia – comecei a responder entre soluços – parece que falta uma parte de mim e doí tanto, parece que estou morrendo.
- Cada dia me sinto mais fraco, sinto falta do sorriso dela, do jeito de falar, de me abraçar – continuei falando enquanto ela acariciava meus cabelos negros.
- Tudo vai ficar bem, meu querido – ela sussurou docemente – mas você precisa ser forte, por você e por ela.
- Eu tento, mas é tão difícil não tê-la aqui, não poder abraçá-la, protege-la – as lágrimas continuavam a molhar o meu rosto branco – eu posso procurar, posso ficar com tantas meninas quanto possível, mas nenhuma consegue suprir essa falta, porque, no fim do dia, quando eu tô sozinho nesse quarto, é nela que eu penso, é ela que eu desejo que estivesse nessa cama comigo, nos meus braços.
Ficamos mais um bom tempo ali, ela passando as mãos pelos meus cabelos e as lágrimas aos poucos foram secando. Meu primo bateu na porta, avisando que o jantar estava pronto. Levantei e fiquei novamente sentado na cama, minha tia se levantou, encostou levemente os lábios em minha testa e me mandou ir lavar o rosto, virou e seguiu para a cozinha, meu primo seguiu-a. Permaneci mais alguns minutos sentado, pensando em Annabele e então finalmente reuni forças para levantar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Guardião II


Eu a deixei a salvo e agora estou aqui, sozinho
Eu não devia sentir isso por ela
Sou seu guardião
E os guardiões não estão autorizados a sentir isto
Ainda mais por alguém como ela.

Quando aceitei cuidar daquela criança
Sabia muito bem o que ela era…
A filha das sombras que foi resgatada, mas…
Não  sabia a mulher que ela se tornaria…
Nem o que despertaria em mim…

Quero vê-la agora, mas não posso…
Ela, de algum modo que eu não sei qual, entende o sistema…
Ela sabe que eu só apareceria se ela corresse perigo,
Suspeitaria.

Isso é algo que me encanta
Ela é tão esperta, inteligente…
Seu sorriso quase sempre ausente…
E principalmente, o jeito de me abraçar…
O jeito que ela me confia sua vida, e mais, sua alma

Não posso deixar que ninguém saiba
Não posso deixar que tirem-na de mim
Não posso abandoná-la.
Não vou deixar nada acontecer à ela. Nunca.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Carta


É tão difícil traduzir em palavras tudo o que estou sentindo agora. Parece que com o tempo, ao invés de eu me acostumar com a sua ausência, tem se tornado cada vez mais complicado conviver com ela. Uma parte de mim se perdeu quando você foi embora. E sabe o que é o pior? O pior é não saber se você sente o mesmo. Você não tem ideia da quantidade de vezes que desejei que você estivesse aqui nessa cama comigo? Sentir seu corpo bem pertinho do meu, sentir seu calor e seu cheiro... Sentir sua mão me puxando pela cintura, me fazendo chegar mais perto, enquanto a outra me faz cafuné... ficar assim, ouvindo você cantando baixinho no meu ouvido até eu pegar no sono, leve, segura...

Minhas lágrimas, muito mais constantes do que eu gostaria, descem pela minha face por qualquer motivo idiota, isso me irrita. Principalmente, porque eu sei que não é por nenhum motivo idiota que eu choro, ou talvez, até seja. Todas as minhas lágrimas, independentemente da situação, caem por sua causa, exclusivamente por isso.

Toda vez que vejo um casal jovem na rua, rindo, se abraçando, se beijando, felizes, sinto um nó se formar em minha garganta e as lágrimas embaçarem minha visão e eu as forço a voltar, de volta ao meu coração, pois não quero chorar ali no meio de todos, não quero demonstrar minha fraqueza pra mais ninguém, e, principalmente, porque não quero responder as perguntas dos meus amigos ou da minha família. Mas a noite, quando não tem mais ninguém para me ver chorar, quando você não está aqui comigo e o silêncio prenche cada pedacinho do meu quarto, deixo que minhas lágrimas saiam do meu coração e lavem o meu rosto.

Toda vez que vejo uma mulher grávida, levo minha mão inconcientemente à minha barriga, desejando ter uma criança ali, um pedacinho seu, um fruto desse amor tão forte quanto complicado. Se vejo um pai com uma criança no colo, logo penso em como você ficaria lindo e feliz carregando um filho nosso no colo, como essa criança seria linda, teria o seu jeito de sorrir, seus olhos...

Às vezes, tenho vontade de te ligar no meio da noite só pra dizer que eu te amo cada vez mais, porém tenho medo, medo que você não esteja sozinho na sua cama como eu, medo de descobri que você está com outra. Não sei se suportaria algo assim... prefiro fechar os olhos e dormir com a ilusão que voce também está sozinho num quarto escuro desejando que eu estivesse aí com você, que meu corpo estivesse bem pertinho do seu, que você sentisse o meu perfume...

Imaginária - Infinito

domingo, 12 de dezembro de 2010

Missing cap 5

 Annabele


- Como você é abusado, hein, seu Mark?! – disse, tentando parecer zangada, o que, com ele, era impossível.
- Que?! Eu não fiz nada... – deu uma pausa me olhando realmente confuso antes de completar a frase - ... dessa vez...
- Você é um lesado mesmo! – falei rindo.
- Dá pra alguém me explicar o que tá acontecendo?!?!
- Essa xuxinha é minha, Mark.
- Ah, fala sério!! Deixa de ser criança!! Tá parecendo a Grazielle!
Era tão bom, e fácil, irritar o meu irmão. Ver suas bochechas brancas ficarem cada vez mais vermelhas, seus olhos castanhos com aquele brilho estranho, aquele poder.
- Ela tá só querendo te irritar, de novo! E conseguiu... – Jullie disse entre uma risada e outra, enquanto eu não conseguia parar de rir. A verdade é que ela também adorava vê-lo irritado daquele jeito.
- Você é uma peste, Annabele! – ele disse, sorrindo novamente.
- Eu tenho que arrumar alegria de alguma forma – sorri para ele. Levantei e passei os braços ao redor de seu pescoço, ele, por sua vez, passou as mãos pela minha cintura e me abraçou extremamente forte. De repente, meus pés deixaram o chão e ele me girou.
- Eu te amo, maninha – ele disse quando me colocou no chão.
- Também te amo – respondi dando-lhe um beijo no rosto.
- Nossa, quanto amor fraterno, hein?! – minha irmã mais velha, Grazielle, disse parada do nosso lado e irônica como sempre.
Não tinha notado sua presença, por mais que isso parecesse impossível. Sua beleza atraia olhares de  todos, independente do sexo. Era alta e magra, sua pele era branca como marfim e suave como rosas. Seu rosto era perfeito, nariz fino, lábios levemente rosados, olhos verdes grandes e com um brilho que os meus já  haviam perdido a muito tempo. Seus cabelos eram ainda mais claros que os de Mark e encaracolados, formavam uma moldura linda para aquele rosto tão perfeito.
- Tem um pouquinho pra você também, maninha – Mark disse abraçando-a. Ela, como era de se esperar, afastou-o com as mãos, rindo. Ela com certeza não tinha ouvido a menção de Mark ao seu comportamento egoísta e infantil de sempre.